Confesso que gosto das mulheres e, por isso, não suporto aquela expressão tipicamente masculina do “gosto de mulheres”.
Gostar de mulheres significa uma forma de afirmação heterossexual – o contrário seria gostar de homens – com tudo o que isso implica de carga sexual e de pretensa afirmação da masculinidade.
Gostar das mulheres é outra coisa completamente diferente.
É gostar das suas especificidades – por vezes incompreensíveis para a forma de pensar dos homens – e das suas excentricidades, da sua forma de se entregarem á vida, ao belo, ao amor.
Gostar das mulheres é tentar percebê-las, aceitá-las, é admirar o seu espírito de sacrifício e de entrega, a sua inteligência emotiva.
Gostar das mulheres é também gostar de trabalhar com elas e para elas, aceitando e estimulando a sua forma de liderar e de gerir.
Gostar das mulheres é muitas vezes aceitar, resignado, por incapacidade, a sua intuição.
É entender a forma como gerem as relações humanas, como mantêm as famílias unidas, como se relacionam entre elas e com os homens.
É admirar o seu espírito de sacrifício, a sua dedicação, a sua generosidade.
É tentar perceber a sua inata capacidade de multitarefa simultânea, da qual tenho uma secreta inveja.
Gostar das mulheres é também admirar a sua sexualidade tão ligada aos sentimentos mais profundos e, não raras vezes, aos instintos mais primários.
É apreciar a sua beleza física – uma mulher tem sempre algo de belo para ser apreciado – e a sua permanente preocupação com essa mesma beleza.
E aprecio ainda mais aquelas mulheres que, sem abdicarem um segundo que seja das suas características de afirmação e de independência, continuam a prezar a sua feminilidade, o seu prazer e o seu orgulho em serem mulheres.
É por tudo isto que gosto das mulheres e não tolero a expressão “gosto de mulheres”.
Mas gosto das mulheres ainda por uma outra razão.
A sua energia!
Muita admiração causa a energia das mulheres. Elas suportam cargas de trabalho violentíssimas e têm tempo para tudo: tratam dos filhos e dos maridos, limpam a casa, levam as crianças á escola, ajudam-nas na educação, trabalham dentro e fora de casa, almoçam com as amigas e com os amigos, levam uma vida sexual activa e, mesmo quando parecem completamente esgotadas, um dia se sol renova-lhes totalmente as forças e a energia.
Parece que têm uma capacidade de renovação energética, de carácter telúrico – o efeito do sol, da lua – que as faz reviver e rejuvenescer quase que por milagre.
A essa energia, chama uma amiga minha, numa das mais belas frases que ouvi nos últimos tempos, a energia vital da criação.
E acredito nisso mesmo, que essa força descomunal das mulheres, advém de um reservatório energético ligado à capacidade de dar vida á vida.
E se dar vida á vida é intrínseco à natureza feminina, gostar das mulheres será a melhor forma de apreciarmos e respeitarmos a vida.
É por isso que eu gosto das mulheres!
1 comentário:
Gostei muito de ler a sua mensagem sobre o "gosto" que sente pelas Mulheres.
Na realidade vai muito além do "gosto", sinto-o acima de tudo como, um reconhecimento, um respeito, uma valorização profunda do papel da mulher na sociedade na família e no trabalho. É profundamente gratificante!
Seria muito bom que os Homens e também as Mulheres que assumem a liderança da Gestão do Potencial Humano partilhassem essa visão. Muitas vezes, são as próprias mulheres que não sabem “gostar das mulheres”, nessa concepção tão intensa e ampliada.
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