No dia de ontem, segunda-feira, 27 de Janeiro de 2009, 72.000 pessoas foram despedidas só na Europa e nos EUA.
Desconhecem-se dados dos outros continentes.
As previsões para Portugal apontam para a maior taxa de desemprego dos últimos 23 anos, aproximadamente 9%.
Todavia, quando estiver decorrido o primeiro trimestre, será possível verificar se esses números não serão ultrapassados, pois é nessa altura que a maior parte das empresas encerra as suas contas anuais.
O grupo Phillips já anunciou de imediato 6000 despedimentos. Perdeu dinheiro em todos os negócios com excepção do “medical” que, neste momento, sustenta o grupo.
A indústria automóvel – onde cada despedimento equivale a mais três despedimentos na indústria de componentes – ainda só está a rescindir contratos temporários, mas se as ajudas de Estado não vierem a tempo, vamos ter um verdadeiro cataclismo social em muitas regiões europeias e norte-americanas.
A imprensa tem falado muito dos problemas da Banca e do sector financeiro mas parece que não está atenta à problemática do desemprego e das suas consequências.
Urge debater seriamente este problema e encontrar apoios para as famílias afectadas, caso contrário toda a estratégia de resistência à crise, que assenta na procura interna, vai esboroar-se como um castelo de cartas.
Os governos – português incluído – ainda não perceberam que devem aproveitar esta crise para voltarem aos fundamentos da economia real.
E para isso é necessário adoptar a metodologia KISS – Keep It Simple Stupid. O que, neste caso, quer dizer, apoiar um acréscimo significativo da produção agrícola e industrial. E, fundamentalmente, as micro e pequenas empresas que são as responsáveis por mais de 85% do emprego.
Os grandes projectos geram riqueza – muita para exportar – exigem grandes recursos financeiros, têm impacto no PIB mas não criam emprego significativo.
Em vez da máxima habitual da Administração Pública – SE AS COISAS PODEM SER COMPLICADAS PORQUE RAZÃO FAZÊ-LAS SIMPLES – é preferível adoptar o método KISS.
As circunstâncias assim o exigem!
Luís Bento
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