A actual situação financeira da economia mundial - e, por consequência, da economia portuguesa – configura, claramente, uma recessão. Não daquelas que, como a de 1983, se traduziu em racionamento de produtos básicos – pão, leite – e no pagamento do 13º. Mês em títulos do tesouro, mas uma recessão económica provocada pelos devaneios financeiros da chamada economia de casino.
No entanto, se atentarmos no facto de a maioria da população do planeta viver com um rendimento per capita diário inferior a um dólar, já não estamos a falar de uma mera recessão económica mas sim de uma crise muito mais profunda que abala os alicerces do próprio sistema económico mundial.
Isto porque, quem deveria ter dinheiro para comprar produtos, não tem e quem deveria ter capacidade de produzir bens e serviços não tem mercado e, por isso, não tem dinheiro.
Estamos, de facto, perante um enorme desafio de refundar o sistema económico, com regras distributivas diferentes, regras de gestão mais transparentes e controladas, sistemas comerciais e de trocas mais equitativos, melhores condições de trabalho e maior focalização nos fundamentos económicos.
Seremos capazes?
Ou a avareza dos accionistas e gestores – auxiliados pelos poderes públicos – vai continuar a dominar?
O PREC ainda não bateu no fundo.
Nem cá nem lá fora.
Esperemos pelos próximos dias!
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