“O português é …
Um misto de sonhador e de Homem de acção, ou seja, um sonhador activo com sentido prático e realista. Alimenta-se do sonho, porque é mais idealista, emotivo e imaginativo do que homem de reflexão.
Despreza o interesse mesquinho e o utilitarismo puro, mas, paradoxalmente, cultiva o gosto pela ostentação e pelo luxo.
É profundamente humano, sensível, amoroso e bondoso, sem ser fraco.
Não gosta de fazer sofrer e evita os conflitos, mas, ferido no seu orgulho, pode ser violento e cruel.
Possui forte crença no milagre e nas soluções milagrosas, mesmo sabendo que elas não vão acontecer.
Sem perder o seu carácter, adapta-se facilmente a novas ideias, coisas e seres.
Tem um vivo sentido telúrico e um fundo contemplativo e poético em relação á natureza.
É um pouco inibido, por vezes, devido ao grande medo da opinião alheia e de cair no ridículo.
Apesar de fortemente individualista, possui um fundo de solidariedade humana, notável.
Não tem grande sentido de humor, mas revela uma ironia e um espírito trocista por vezes tocante.
Tem um sentido exagerado da crítica e emite juízos por tudo e por nada.
É fatalista, poético e aventureiro, expressando a contradição desses sentimentos através da saudade e da inquietude.
Tem enormes qualidades de abnegação, sacrifício e coragem.
Não sabe viver sem sonho e sem glória, ambicionando sempre poder ser herói de qualquer coisa.”
(extracto de uma crónica de Luís Bento, publicada na coluna SP&D da revista “Pessoal”)
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